A idéia central do livro The Checklist Manifesto (clique aqui) é muito simples: num mundo cada vez mais dominado pelo complexo e imprevisível, a adoção de procedimentos automáticos – sequências passo-a-passo de ações banais – é uma forma muito efetiva de se evitar erros que podem ser evitados, mas não são. Falhas evitáveis continuam vitimando pessoas em todos os campos de atividade. Para Clemente Nóbrega, do blog Ideias e Inovação, quem tem obrigação de fazer alguma coisa acontecer no mundo real devia se apoiar mais em checklists e não contar só com mais saber, especialização e treinamento, mesmo em atividades supostamente criativas.
O autor do livro é médico cirurgião, e uma das experiências que relata mostra como a adoção de um checklist de um minuto e meio, reduziu as taxas de mortalidade em mais de 30% em oito hospitais em várias partes do mundo, praticamente sem custo e para todos os tipos de cirurgia. São checklists que tornam possíveis algumas das coisas mais difíceis que fazemos – pilotar aviões ou construir arranha-céus, por exemplo. Checklists deviam ser uma espécie de ideal a ser atingido em qualquer atividade complexa, de modo a reduzir riscos. Codificar conhecimento em uma sequência de passos simples, inteligíveis e realizáveis por qualquer um, é essencial para que se possa fazer qualquer coisa em larga escala, de forma repetida e com segurança. Segundo Clemente Nóbrega, The Checklist Manifesto é para quem abomina a idéia de criatividade e performance como “manifestação de genialidade de pessoas especiais”