Entre tantos indicadores econômicos e sociais que diagnosticam a saúde de um país (e produzem cálculos complexos demais para a maioria da população), surge um que o brasileiro provavelmente vai entender com mais clareza: a Felicidade Interna Bruta.
A FVG-SP está elaborando a metodologia do novo índice, que pretende servir como uma fonte de auxílio ao Governo Federal no desenvolvimento de políticas públicas.
A criação do FIB nos aponta uma nova direção para mensurar a riqueza de um país, incluindo uma preocupação com o bem-estar emocional do cidadão. E um dado curioso: o FIB já existe no Butão, uma pequena comunidade “escondida” nas cordilheiras do Himalaia. Lá, o contentamento da população é mais relevante que o desempenho industrial, por exemplo.
Adaptando à realidade brasileira, a FGV pretende ser mais flexível quanto à importância do FIB, integrando também o PIB (Produto Interno Bruto) ao cálculo. Isso indica uma preocupação em aproximar os indicadores da realidade brasileira. De que adianta calcular a riqueza produzida pela indústria e comércio sem levar em consideração, por exemplo, o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ou o nível de segurança nas cidades? Agora, o FIB ainda vai questionar: e o brasileiro, é feliz?
Vale também perguntar onde ele é mais feliz? Será que cidadãos das cidades mais desenvolvidas necessariamente estão mais satisfeitos com a vida do que os de regiões menos desenvolvidas? Um questionário com jovens adultos da cidade de São Paulo e de Santa Maria (interior do Rio Grande do Sul) mostrou que os jovens gaúchos são 22,5% mais felizes que os paulistanos. Foram 11 aspectos estudados, entre eles a vida social, a situação financeira e as atividades ao ar livre. E então, de pergunta em pergunta, descobrimos que enquanto os paulistanos estão – em sua maioria – satisfeitos com as perspectivas de crescimento acadêmico, sentem grande preocupação com a segurança pessoal. Já os jovens de Santa Maria preocupam-se em não conseguir emprego, mas têm uma ótima vida social.
Mas por que o FIB é tão importante para o nosso país? De acordo com a FGV, a melhoria da renda média do brasileiro e a estabilização econômica trouxeram à tona temas como investimentos e qualidade de vida, direcionando os olhos dos cidadãos para além das paredes do escritório.
O índice de Felicidade Interna Bruta (FIB) será produzido pelo núcleo de Estudos de Felicidade e Comportamento Financeiro, do Instituto de Finanças da FGV e terá gestão de Fábio Gallo e Wesley Mendes.