No meio empresarial, a maioria já considera o funcionário que presta serviços voluntários mais produtivo, por ser solidário às questões do próximo. Além da recompensa emocional e pessoal, em algumas empresas o voluntariado tem sido utilizado como critério de seleção. Para a Coordenação de Desenvolvimento Humano da Faculdade IBS/FGV, a atividade voluntária ajuda a incrementar o currículo tanto dos que possuem pouca experiência profissional, quanto daqueles que já possuem ampla bagagem. Ela colabora para o desenvolvimento de competências valorizadas pelas empresas, como comunicabilidade, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, empreendedorismo, sustentabilidade e inserção em ambientes distintos. Com isso, mostra que o indivíduo é multidisciplinar e está alinhado com a sociedade em que está inserido.
A imagem transmitida por estas pessoas é de quem investe parte do seu tempo em outras atividades e que possuem qualidades imprescindíveis. Elas são vistas pelo mercado de trabalho como pessoas que pode somar conhecimentos diversificados e agregar resultados além do esperado, com diferenciais de comportamento e visão da sociedade. Além disso, para a empresa é muito positivo divulgar que existem atividades de voluntariado em sua equipe.
Hoje, muitas empresas estimulam essas atitudes para reforçar sua responsabilidade sócio-ambiental e, nesse caso, é essencial que seus executivos e funcionários comprem a ideia, dêem o exemplo e pratiquem. Qualquer tipo de trabalho solidário é válido, mesmo que fuja do foco profissional. Mas é importante procurar se envolver efetivamente com o trabalho e não fazer da prática apenas um elemento de promoção pessoal. Além do aprendizado ser mais efetivo, a paixão pelo que se faz é mais importante do que a mera informação no currículo.
As empresas ganham com funcionários mais comprometidos e uma melhor imagem no mercado. Os voluntários, com a oportunidade de exercer a cidadania e desenvolver habilidades como comunicação, criatividade e capacidade de alocar recursos e trabalhar em equipe. As entidades lucram ao receber algo fundamental para sua sobrevivência: competência de gestão. A consciência desse ganha-ganha está fazendo com que os programas de voluntariado corporativo sejam tratados com mais seriedade. O que há poucos anos era amadorismo se transformou em parte da missão das organizações e ganhou compromisso com resultados.