Assunto recorrente no mercado, o envelhecimento da população e, por consequência, da força de trabalho, vem fazendo setores de RH repensarem o perfil do profissional que as empresas buscam para compor suas equipes. Embora seja preocupação de uma parte das grandes empresas, muitas delas ainda não estão atentas a esta nova realidade, apesar de que, de acordo com especialistas, a retenção desta parcela de profissionais pode ser uma solução para a escassez de talentos no mercado de trabalho.
Segundo projeções, em 2040, 57% dos trabalhadores serão profissionais com mais de 45 anos. Mesmo assim, a pesquisa “Envelhecimento da Força de Trabalho no Brasil“, realizada pela consultoria PwC e pela Fundação Getúlio Vargas com dados coletados de novembro de 2012 a janeiro de 2013, aponta que 63% das empresas não enxergam que a força de trabalho mais velha é uma alternativa para a escassez de talentos, mesmo em um contexto no qual quase metade dos CEOs do Brasil (42%) afirma que já deixou de aproveitar uma oportunidade de mercado ou precisou atrasar ou cancelar uma iniciativa estratégica porque a empresa não dispunha de talentos necessários para tal.
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Ainda sobre o levantamento, 94% das empresas disseram acreditar que a maior vantagem na contratação de profissionais mais experientes seria a transmissão de conhecimento aos mais jovens, este sim o maior foco das companhias. Embora muito seja falado sobre a Geração Y, pouca atenção ainda se dá ao envelhecimento destes profissionais.
Grande parte dos profissionais de RH, 63%, entende que profissionais com mais de 60 anos já estão acomodados por conta da proximidade com a aposentadoria. Esta avaliação não corresponde com a realidade de mercado, já que, segundo a Assoiação Americana das Pessoas Aposentadas, 80% das pessoas com esta faixa etária pretendem se manter ativas durante a aposentadoria. Além disso, os mais velhos são reconhecidos como mais equilibrados emocionalmente por 96% dos entrevistados e são considerados os melhores em solucionar problemas por 86%.
Concluído o estudo, foram sugeridas também algumas práticas de recrutamento e seleção para lidar com a questão, como preparar a equipe de RH para avaliar e aproveitar melhor o potencial do profissional mais experiente, criar um comitê de apoio a profissionais mais velhos para avaliar os processos de recrutamento e oferecer benefícios competitivos de pacotes de aposentadoria e saúde. Isto porque uma pesquisa realizada pela American Association of Retired Persons (AARP) revelou que a maioria dos profissionais mais velhos citam planos de previdência atrativos e plano de saúde como fatores relevantes nos empregos ideais.
Para ler a pesquisa da PwC e da Fundação Getúlio Vargas na íntegra, clique aqui.