As paralimpíadas no Rio de Janeiro foram sucesso de público e ensinaram lições valiosas sobre superação e inclusão. Embora o assunto esteja mais quente do que nunca (ainda bem) e o evento esportivo tenha uma contribuição excepcional para toda esta discussão, ela não é de hoje. No mercado de trabalho, a lei que estabelece cotas para trabalhadores com deficiência completou, em julho, 25 anos.
A Lei 8.213, de 1991, determina que empresas com 100 ou mais empregados são obrigadas a preencher, de 2% a 5% dos seus cargos, com beneficiários reabilitados ou pessoas com deficiência. Mesmo com a regra, muitos profissionais que têm muito a contribuir ainda não estão inseridos no mercado. Para se ter uma ideia, se as empresas brasileiras realmente cumprissem a lei, pelo menos 827 mil vagas deste tipo seriam geradas, segundo o Ministério do Trabalho.
De acordo com estimativa baseada no censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há no Brasil, pelo menos sete milhões de pessoas com deficiência elegíveis para a cota. No entanto, as empresas geraram apenas 381.322 postos, conforme os registros da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho de 2014, o dado mais atual. O número é quase três vezes menor do que a real capacidade prevista na legislação.
Para especialistas, muitas empresas não contratam pessoas com deficiência porque desconhecem suas capacidades. Muitos empregadores acham que as pessoas com deficiência não vão dar conta do trabalho, mas normalmente depois acabam mudando de ideia e vendo o quanto isso é importante para a empresa e também para o trabalhador, que se dedica ao máximo para corresponder às expectativas de quem o contratou.
A mudança cultural é urgente, no sentido de romper preconceitos e a comunidade passar a reconhecer que os esforços devem ser coletivos. Sabe-se que muito ainda deve ser feito para que a pessoa com deficiência possa transitar livremente e com autonomia em todos os espaços públicos e, principalmente, ter condições de manter-se com o fruto de seu trabalho e integrar-se. É hora de aproveitar a discussão e, quem sabe, promover uma mudança real na sociedade.
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