Muitas empresas hoje dirão que proporcionar qualidade de vida aos funcionários faz parte da gestão de pessoas. Embora o conceito de ter uma vida de qualidade seja um tanto pessoal, na relação com o trabalho há alguns temas que acabam se repetindo, como um senso de pertencimento, oportunidades e segurança. Esses aspectos, entretanto, estão entre os mais desafiadores de serem construídos dentro de uma empresa atualmente.
Como gerar pertencimento quando uma mesma organização precisa reunir perfis tão diferentes, e como oferecer oportunidade e segurança quando a própria noção de emprego está erodindo? As perguntas foram abordadas em Londres recentemente, em uma conferência sobre qualidade de vida.
A relação entre funcionários e empresas foi um dos principais assuntos tratados e especialistas defenderam o impacto financeiro da promoção de bem-estar e qualidade de vida nas empresas. Muitos deles acreditam, no entanto, que a visão mais comum adotada pelas empresas ainda se limita a aspectos superficiais. Falar de bem-estar está na moda, mas bem-estar não significa dar maçãs para os funcionários, pagar sua academia e ter mesas de pingue-pongue no escritório.
Bem-estar significa criar a cultura certa onde as pessoas sintam que são valorizadas, que a empresa confia nelas e que podem trabalhar com flexibilidade quando isso é possível, segundo gestores que participaram da conferência.
Ao falar sobre programas instituídos pela Suécia para mudar o foco da saúde pública do tratamento para a prevenção, o primeiro ministro do país entre 2006 e 2014, Frederik Reinfeldt, destacou como foi importante que as conversas sobre qualidade de vida olhassem a rotina das pessoas de forma integrada. A maioria das discussões de saúde são sobre o que fazemos no nosso tempo livre, de acordo com ele. Campanhas de vacinação obrigatória para crianças tiveram como consequência aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho, por exemplo. E para que a prevenção funcione, ela também precisa incluir a vida no trabalho.
Parte disso está em treinar os gestores para terem habilidades interpessoais em todos os níveis da empresa, uma falha da maioria das companhias que se torna mais visível em crises econômicas. O problema que o Brasil enfrenta agora, que a Europa enfrentou por oito anos, é que as pessoas não conseguem se mover, então elas se sentem presas aos seus empregos, inseguras e em um ambiente que não é muito agradável. Elas trabalham muito mas produzem pouco.
Os especialistas também acham que a qualidade de vida no trabalho deve ser traduzida em qualidade de liderança: a maioria das pessoas pensa em deixar seus trabalhos porque não se dão bem com seus chefes.
A confiança só é conquistada quando alguém entende a lógica, identifica a autenticidade e percebe que há empatia naquele que a busca. Caminho mais complexo em ambientes com diversidade, onde manter um espaço que inclui a autenticidade de cada um é, em si, um desafio.
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