Em artigo para o portal Administradores, Jaime Castelló, professor da espanhola ESADE Business School, relaciona a evolução das espécies com o mundo dos negócios. As empresas nascem do impulso criador e da paixão de um empreendedor, mas seu êxito e sua permanência estão condicionados à capacidade de adaptação ao mundo em volta, e a saber encontrar seu espaço dentro do ecossistema do mercado, assim como nossos antepassados hominídeos fizeram há milhões de anos.
O professor avalia que os tempos são distintos, no sentido de que a evolução das espécies é um processo de milhares de anos, mutação a mutação, que faz com que os recursos que melhor permitem competir passem a fazer parte do genoma da espécie. Ao contrário, as empresas devem se adaptar às mudanças muito mais rápido que os mercados. O que se mantém válido é que as pistas sobre como as empresas e espécies devem evoluir para ser mais competitivas residem no meio: os traços que permitem que a espécie seja mais forte em seu ecossistema permanecem, assim como as estratégias que fazem a empresa mais competitiva em seu mercado.
A chave, então, para o sucesso das companhias, seria “deixar-se evoluir“, não só abrindo-se ao mercado, mas também experimentando novas estratégias (algo como provocar mutações) para ver qual é mais eficiente em determinadas circunstâncias. Castelló acredita que, talvez, se pensássemos nas empresas como organismos abertos ao meio, criaríamos organizações cada vez mais ágeis e mais resistentes às mudanças.