Considerada uma epidemia mundial, a obesidade já afeta hoje quase 300 milhões de pessoas no mundo todo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Desse número, 95% dos casos estão ligados aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo. E é justamente nesse ponto que o problema envolve diretamente o mundo do trabalho, onde a falta de exercício e de uma alimentação saudável tornaram-se elementos comuns do dia a dia.
No Brasil, o resultado é que cerca de 10% da população trabalhadora nas empresas brasileiras tem sobrepeso, segundo informa o médico especialista em Medicina do Trabalho Luiz Massad. O problema se mostra em todos os níveis hierárquicos. “Não era assim antes”, explica o médico. “Mas a gente tem de considerar que o trabalho braçal, que era a grande maioria das atividades em termos de trabalho da indústria, está sendo trocado pela automação. Hoje você tem pouca gente trabalhando em linha de produção e muita gente trabalhando sentada, em área administrativa.”
Mas já existe um movimento de reação por parte do mundo corporativo. Segundo informa Massad, baseado em dados da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), cerca de 30% a 40% das empresas já se envolvem hoje com algum projeto voltado para a qualidade de vida. “Funciona assim: se eu informar o número de calorias dos pratos (nos restaurantes das empresas), isso já é considerado uma intervenção”, esclarece. “Ainda que sejam situações isoladas, a gente tem um percentual alto de empresas adotando algum procedimento.”
O que deve ser comemorado, já que, de acordo com o médico, é no ambiente do trabalho que se encontra o campo mais fértil para a disseminação de conceitos ligados a prevenção e tratamento da obesidade e de outras doenças ligadas ao agitado dia a dia da vida moderna. “As empresas são a oportunidade que a gente tem de ser multiplicador da informação”, afirma Massad. “Acredito muito nos projetos que envolvem as empresas porque ali está a grande maioria das pessoas. E depois elas saem de lá e contam o que ouviram para os amigos e para a família.”
Fonte: Canal RH