No primeiro semestre de 2011 a Previdência concedeu 109 mil auxílios-doença a trabalhadores que sofreram sequelas do estresse. Segundo reportagem do Estadão, no mesmo período de 2010 foram mais de 85 mil casos. Ou seja, houve um aumento de mais de 28%. Estudo da representação brasileira da International Stress Management Association (Isma-BR), uma associação internacional dedicada à prevenção e estudo do estresse, com sede em 12 países, indica que 70% da população economicamente ativa no Brasil está estressada.
O esgotamento físico e mental, conhecido por estresse, é consequência das condições de trabalho no mercado corporativo brasileiro. Medo da demissão, pressões dos superiores, alta competição, busca de lucro e eficácia, falta de valorização, baixos salários e, em algumas profissões, o risco de morte, deixam trabalhadores apavorados. Diante desse quadro, o trabalho que deveria ser fonte de prazer e satisfação, passa a ser local de dor e sofrimento.
Além do prejuízo à saúde e às empresas, o estresse e o consequente adoecimento do empregado representam um gasto adicional à Previdência, que até junho deste ano desembolsou R$ 147 milhões em auxílio-doença para portadores desse tipo de distúrbio. Para a doutora em psicologia Ana Maria Rossi, presidente da Isma-BR, as empresas não dão a devida atenção ao assunto. “Elas estão conscientes do problema e sentem o impacto negativo que os afastamentos acarretam, mesmo assim apenas 5% das empresas promovem ações adequadas para gerenciar as emoções de seus funcionários.”
Empresas que oferecem medidas paliativas, como ginástica laboral, estão aplicando prevenção secundária, segundo Ana Maria. “Mais importante seria focar na prevenção primária“, afirma.