A crise veio e, com ela, talvez você já tenha notado mudanças no mercado de trabalho. Uma das mais significativas é a diminuição de pessoas com contratos permanentes nas empresas. Esta foi a realidade constatada em uma pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), divulgada este mês em seu informe anual.
A OIT mostrou que, no Brasil, o desemprego caiu de 9,5% em 2000, para 6,8%, no fim do ano passado. Em compensação, 66,9% dos trabalhadores estão em contratos temporários. Esta média é menor do que a da China e a da India. Já nos países ricos, 17% dos trabalhadores, em média, estão na mesma situação.
A grande desvantagem deste cenário é que três quartos dos trabalhadores não contam com direitos trabalhistas ou sociais. E isso tende a aumentar ainda mais, já que o Senado está prestes a votar o projeto da terceirização, que abre as portas para que empresas possam subcontratar todos os seus serviços, incluindo a atividade-fim. Segundo os especialistas, a lei pode até trazer mais competitividade para as empresas brasileiras, mas é necessário que seja acompanhada por medidas de proteção ao trabalhador.
Segundo a OIT, o panorama de informalidade também é visto em boa parte do mundo, onde apenas um quarto dos trabalhadores tem uma relação estável com o empregador. No entanto, a desigualdade é grande: enquanto na Europa o trabalho assalariado chega a 80%, no Sudeste Asiático ele representa menos de 20%.
Os dados observados pela organização mostram que, em alguns casos, formas não padronizadas de trabalho podem ajudar as pessas a entrar no mercado de trabalho, mas a tendência é também um reflexo da insegurança generalizada que está afetando muitos trabalhadores hoje no mundo.
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