Pedidos de demissão recorde no Brasil

Pedidos de demissão recorde no Brasil 

Nos últimos anos, o mercado de trabalho brasileiro passou por uma transformação silenciosa — mas profunda. Um dado recente da LCA 4intelligence, com base no Caged, acendeu o alerta: em janeiro de 2025, 37,9% dos desligamentos formais no Brasil foram a pedido do trabalhador. Trata-se do maior percentual já registrado no país. 

Mas o que está por trás dessa crescente onda de “pedidos voluntários de demissão”? E, mais importante, como as empresas podem responder a esse novo comportamento? 

Uma nova relação com o trabalho: autonomia e propósito no centro da decisão 

A antiga lógica da estabilidade da carteira assinada perdeu força. Cada vez mais, os profissionais — especialmente jovens, mulheres e trabalhadores com ensino superior — buscam flexibilidade, propósito e qualidade de vida, mesmo que isso signifique abrir mão de benefícios tradicionais, impactando nos pedidos de demissão. 

O fenômeno vai além de uma insatisfação pontual. É uma mudança estrutural de valores, acelerada por três fatores principais: 

  1. Digitalização e acesso à informação: trabalhar de forma independente nunca foi tão acessível. Plataformas digitais, redes sociais e marketplaces tornaram mais fácil oferecer serviços ou produtos próprios. 
  1. Saúde mental e exaustão: jornadas longas, escalas rígidas (como a 6×1) e ambientes tóxicos estão cada vez mais intoleráveis, principalmente entre quem tem opções. 
  1. Visão realista da CLT: muitos profissionais já não enxergam a carteira assinada como sinônimo de segurança. Com a instabilidade econômica, demissões em massa e baixos salários, o “risco” de empreender se torna mais atraente. 

O que isso significa para as empresas? Alta rotatividade e desafios de retenção 

Esse novo cenário, de pedidos de demissão voluntária impõe um desafio urgente às empresas: repensar suas estratégias de atração, retenção e engajamento de talentos. Afinal, em um contexto de desemprego baixo e crescimento do trabalho autônomo, manter bons profissionais exige mais do que salário. 

As principais estratégias para reter talentos hoje passam por: 

  • Flexibilização da jornada (modelo híbrido, horários personalizados) 
  • Planos de carreira reais e transparentes 
  • Ações concretas de bem-estar e saúde mental 
  • Lideranças preparadas para ouvir e dialogar 
  • Reconhecimento e autonomia nas entregas 

Como aponta o economista Bruno Imaizumi, autor do estudo da LCA 4intelligence, setores com alta exigência presencial e pouca flexibilidade — como construção civil e varejo — tendem a sofrer mais com essa nova lógica. A não adaptação pode gerar apagão de mão de obra nos próximos anos. 

O que o RH pode (e deve) fazer agora 

Essa nova fase do mercado exige que os RHs deixem de lado velhas certezas e passem a operar com escuta ativa, dados e personalização. O profissional de hoje não quer apenas um emprego — ele quer pertencimento, liberdade e sentido. 

Algumas ações imediatas para líderes e RHs: 

  • Mapear os principais motivos de saída nas entrevistas de desligamento 
  • Desenvolver programas de escuta e feedback contínuo 
  • Redesenhar a proposta de valor ao colaborador (EVP) 
  • Aumentar a personalização na gestão de carreira e desenvolvimento 

O futuro do trabalho já chegou — e ele é mais humano, fluido e exigente. Ignorar esse movimento é abrir espaço para o aumento da rotatividade, perda de talentos estratégicos e queda na competitividade. 

Conclusão: 
Os pedidos de demissão em alta não são apenas números — são sintomas de um mercado que está se reinventando de dentro para fora. E as empresas que quiserem sobreviver (e prosperar) precisarão fazer o mesmo. 


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