Um levantamento feito este ano revela que 31% dos funcionários estão acomodados no emprego. O estudo, que define esses profissionais como “inefetivos“, foi feito com 261 mil trabalhadores de 85 empresas de todos os setores – indústrias de base e de transformação, serviços, setor público e terceiro setor. No levamento de 2010, o porcentual de “inefetivos” era de 33% num universo de 154 mil colaboradores de 41 empresas.
Identifica-se esses colaboradores como aqueles que vão à empresa e fazem apenas o suficiente para continuar empregados, não ousam e não inovam. No estudo, são apontados como trabalhadores que entregam menos do que podem, não sentem-se engajados com a empresa e acham que não dispõem de suporte necessário para desenvolver suas atividades. Esse tipo de trabalhador costuma permanecer na organização porque acha o salário adequado e gosta dos colegas.
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O especialista em desenvolvimento humano Eduardo Shinyashiki adota uma definição curiosa para o comportamento. Para ele, esses profissionais vivem uma “aposentadoria mental“, pois, mesmo com responsabilidades, não têm sonho de crescimento nem investem na formação ou qualificação. Esse estágio pode ser atingido quando o trabalhador tem de quatro a cinco anos de empresa. O funcionário que se acomoda na empresa tende também a se acomodar na carreira e não “olha para fora”, não se qualifica e, se é demitido, fica inseguro.
Antes da acomodação, no entanto, esses profissionais enfrentam a frustração. O levantamento mostra que 14% dos funcionários se sentem frustrados, ou seja, consideram-se altamente engajados com a empresa, mas entendem que não têm suporte para ser mais produtivos, que vão desde instrumentais a treinamento, para a realização das atividades.
Ao identificar um profissional acomodado, o gestor tem como reverter a situação, por exemplo, propondo uma mudança de área. A empresa também pode contribuir por meio de algumas ações, como comunicar com transparência os rumos do negócio, passar visão otimista à equipe e oferecer autonomia aos funcionários. A solução, porém, está nas mãos do profissional. Jogar a culpa e a responsabilidade na empresa não é a melhor saída. O trabalhador precisa primeiro se perguntar o que pode fazer para mudar o quadro e deve verificar se está defasado ou se precisa de capacitação.
Fonte: Estadão