As reações químicas e físicas que acontecem no organismo humano no momento da mentira sempre foram tema de estudo. Um artigo publicado recentemente pela revista Science revelou que alguns estímulos afetam a capacidade do indivíduo para a tomada de decisões morais. Cientistas da Universidade Duke identificaram uma área do cérebro que atua na maneira de agir quando nos encontramos com um oponente e pretendemos enganá-lo.
Interações sociais fazem com que o órgão opere sob regras diferentes e podem influenciar na tomada de decisões, segundo assinala o artigo. Ele indicou que a CPT é uma área onde se reúnem as informações de atenção e que desempenha um papel crucial nos processos de distinção do eu e dos outros, pois se ocupa das informações específicas acerca das decisões tomadas contra outro humano.
Neurocientistas descobriram que as pessoas raramente tomam decisões de maneira isolada porque são sensíveis ao que outras pessoas querem e esperam. A informação social pode fazer com que nosso cérebro jogue com regras diferentes das que usaria em uma situação não social.
Há diferenças neurais que são fundamentais entre as decisões tomadas em um contexto social e um não social. Uma ligação telefônica e uma conversa rápida com a mãe ou com um amigo pode nos fazer pensar duas vezes antes de tomarmos uma decisão, ou pode nos dar a coragem para seguir adiante com um plano.
Em uma experiência, os participantes, que eram pessoas comuns sem experiência no pôquer, jogavam partidas virtuais contra um humano e um computador. Em algumas partidas, os participantes receberam uma ‘mão’ de cartas fracas, e os pesquisadores observaram a forma como o jogador pensava em enganar seu adversário. Os sinais do cérebro, captados, indicaram aos cientistas quando o participante pensava em blefar, se considerasse o adversário um bom jogador de pôquer. Já quando o participante jogava contra um computador, os sinais não indicavam as decisões que tomaria.
No comportamento social, os participantes mostraram o que é coerente com o impulso humano, quando os jogadores se apresentavam e apertavam a mão de seus adversários, antes de começar a partida. Foi aí que observou-se que os participantes prestavam mais atenção no adversário que no computador.
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