Como você definiria um líder ruim? Para a maioria dos entrevistados sobre o assunto durante um congresso da Confederação Internacional de Sindicatos, em Berlim, a personificação do mau líder é Jeff Bezos, presidente da Amazon. Segundo o Portal Terra, ele foi eleito, na ocasião, como o “pior chefe do mundo”. Isso porque a conferência, que teve a participação de profissionais de 161 países, apontou o péssimo resultado de que os subordinados do executivo são tratados como “robôs” e sofrem uma cultura de “bullying e abuso”.
A votação foi realizada pela internet e teve, além de Bezoz, outros oito chefões mencionados como aqueles que ninguém gostaria de ter: Rupert Murdoch (News Corp), C. Douglas McMillon (Wal Mart), Jamie Dimon (JP Morgan Chase), Lloyd Blankfein (Goldman Sachs), Charles Koch (Koch Industries), Lee Kun-Hee (Samsung), Akbar Al Baker (Qatar Airways) e Ivan Glasenberg (Glencore Xstrata).
Jeff Bezos. Imagem: Getty Images
O levantamento coloca em pauta a questão dos maus líderes e o que eles podem representar para o clima de uma companhia e para seus resultados. E afinal, como empresas de grande porte e tidas como inovadoras podem ter líderes que não inspiram suas equipes e, mais ainda, até prejudicam o desempenho dos funcionários?
Chefes ruins geralmente são aqueles que só estão preocupados com si próprios, são inseguros e se defendem com todas as armas para ninguém ocupar seu espaço. Eles não estão comprometidos estrategicamente com a empresa e não estão próximos de suas equipes. Com todas estas características, muitas companhias já sabem que é preciso ter líderes mais engajados com o negócio, mas ainda têm medo de mudanças e de errar.
De acordo com especialistas da FGV, alguns motivos podem ser apontados para que, com tantos pontos negativos, estes chefes continuem no comando. Um deles é que eles geralmente entregam o que é esperado deles e as empresas avaliam apenas o resultado numérico, não levando em consideração a forma como se chega a isso.
Outro favor que pesa na permanência destes chefes é o apagão de talentos, que torna difícil que se encontrem bons líderes. Entre manter um chefe ruim e promover um funcionário ainda inexperiente, muitas organizações preferem optar pela primeira opção. Além disso, é freqüente nas companhias que se tenham pensamentos muito tradicionais, como a conhecida máxima: “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.