Como você fez a escolha pela sua profissão? Esta decisão foi mais baseada levando em consideração a vocação ou o dinheiro? Quando o assunto é felicidade no trabalho, as opiniões tendem a se polarizar entre estes dois fatores e a distinção entre os dois é mas complicada em uma sociedade consumista, onde a posse de bens materiais, para muitas pessoas, se confunde com felicidade.
A discussão é profunda e alguns especialistas acreditam que, quando a capacidade de escolha é maior, a tendência é encontrar a felicidade profissional com mais facilidade. A explicação defendida por eles é que algumas pessoas têm mais possibilidade de decidir do que outras, muitas vezes pelo próprio fator financeiro. Segundo um professor de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade do Estado de São Paulo (USP), um indivíduo de uma classe mais humilde que não estudou tanto tem possibilidades de trabalho mais restritas, enquanto alguém cujo contexto financeiro é mais favorável tende a ter maior poder de escolha.
Paralelamente a esta ideia, muitos consultores de carreira acreditam que não há retorno financeiro que perdure sem que o profissional faça o que gosta. A ideia é que, mesmo aquele profissional que está no emprego pelo salário deve gerar resultados, mas será que ele não poderia ser brilhante em outra carreira? Por outro lado, adiantaria um profissional ser brilhante com um contracheque fraco?
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Para uma outra corrente de especialistas, o retorno financeiro pode sim trazer motivação profissional. Para eles, o fato é que não é fácil arrumar um argumento contra o dinheiro, porque para muitas pessoas, ter coisas e tranquilidade financeira é igual a ser feliz. Muitas vezes, o poder aquisitivo que o dinheiro traz acaba se misturando com a realização pessoal do indivíduo no trabalho, embora muita gente ache que nunca pode se deixar de considerar o “brilho nos olhos” na hora de falar de trabalho. Na visão do psicólogo do trabalho da USP, há de se considerar também que o dinheiro não proporciona apenas bens materiais, já que há muito de intangível nesse jogo. Quem ganha muito bem não está no jogo só pelo dinheiro em si: há a posição, o prestígio, o status social, uma série de coisas que vêm junto com ele.
Não há dúvida que o melhor dos mundos é quando o profissional consegue encontrar sua vocação justamente no emprego que paga bem. É o chamado job match, ou seja, o encontro entre as duas coisas. Os especialistas são praticamente unânimes quando dizem que pessoas bem sucedidas em suas carreiras são aquelas que conseguem fazer esse casamento.
Para você, pesa mais a vocação ou o dinheiro? O alto salário pode ser considerado como um fator de realização pessoal?