Seguro e plano de sucessão

Quando Steven Appleton, diretor-presidente da Micron Technology Inc., caiu com seu avião de acrobacias em 2004, sofrendo ferimentos graves, os conselheiros da empresa pediram ao piloto veterano que parasse de fazer esses vôos, de acordo com um amigo do executivo. Mas Appleton logo retomou seus vôos acrobáticos e, no mês passado, o executivo de 51 anos morreu quando o monomotor Lancair que pilotava caiu durante a decolagem.

Steven Appleton, em foto de 2005. Imagem: The Wall Street Journal

O acidente fatal intensificou o debate sobre se as empresas de capital aberto devem permitir que seus principais executivos pilotem aviões ou pratiquem outros hobbies arriscados. E mais: o que as empresas em geral devem fazer para se preparar para o pior.

Uma prática habitual de companhias internacionais, principalmente dos Estados Unidos, começa a ganhar força no Brasil. Trata-se do seguro para o executivo-chave. Essa modalidade de seguro – que vem crescendo entre 25% a 30% ao ano (Canal RH) – indeniza as empresas em casos de morte e/ou invalidez total (por doença ou acidente) de seu principal executivo. O valor a ser pago é definido entre a organização e a seguradora, e pode ser baseado no salário do executivo e no possível prejuízo que a empresa venha a ter com a ausência do profissional. Com essa renda, a empresa pode gerar recursos que possibilitem a continuidade do trabalho.

No entanto, especialistas afirmam que a melhor estratégia para manter a segurança corporativa é ter um plano de sucessão bem definido. Isso evitaria qualquer insegurança quanto ao sucesso dos negócios e apenas conduziria a movimentação de indivíduos e cargos. No caso da Micron, já havia um plano. No dia seguinte à queda de Appleton, o conselho promoveu o diretor geral Mark Durcan a diretor-presidente.

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