Mulheres ainda têm pouca participação no poder

A participação feminina no mercado corporativo será sempre um assunto recorrente, pelo menos enquanto não for semelhante à masculina. O antropólogo e neurocientista da Universidade de Emory, Melvin Konner, discute o assunto em seu recém lançado livro “Women After All: Sex, Evolution, and the End of Male Supremacy“, que tem base numa longa pesquisa de campo. Ele declara que as vantagens biológicas das mulheres estariam se tornando muito mais importantes do que as dos homens e que, talvez, as vantagens do sexo masculino não sejam mais necessárias ou possam até mesmo se tornar problemáticas.

Polêmicas à parte, de acordo com Konner, no passado, os homens foram favorecidos pela força física para a realização de determinadas funções e profissões. Na era tecnológica de hoje, ter grande força física não é mais necessário. Então, mesmo as mulheres podem aspirar a cargos de alto escalão no trabalho e na sociedade.

mulheres

Aparentemente isso ainda não pode ser visto como uma realidade aqui no Brasil. Uma pesquisa realizada por uma consultoria de carreira mostrou que 57% das empresas do país não possuem mulheres em cargos de alto escalão, como diretoria, vice-diretoria, presidência, etc. Este é o terceiro maior número entre os 35 pesquisados.

Em 2013, a quantidade de mulheres em cargo de liderança em empresas brasileiras era maior. Acredita-se que a dificuldade encontrada pelas mulheres em assumir esses cargos deve-se ao fato de que, na grande maioria dos casos, são elas as grandes responsáveis por educar os filhos e tomar conta da família de uma maneira geral, e isso é encarado pelos chefes como um impedimento para colocá-las em cargos altos, considerando que – na visão deles – elas não poderão oferecer dedicação exclusiva.

Esse é um problema encarado por mulheres de toda a América Latina. Uma pesquisa realizada pela McKinsey em 2013 mostrou que apenas 5% das cadeiras dos conselhos executivos das 345 maiores empresas da América Latina eram ocupadas por elas. Nos comitês executivos, a participação feminina é um pouco maior, de 8%.

Embora muitos especialistas afirmem que a mulher que assume uma posição de líder tem como vantagem a sensibilidade e visão ampla sobre o cenário em que atua, incluindo o trato com as pessoas, e que as diferentes características e demandas pessoais e formas de liderar em nada afetam uma gestão negativamente, ainda são as grandes as barreiras que as executivas precisam enfrentar para chegar no auge da carreira.

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O objetivo é, portanto, traçar um panorama imparcial sobre o universo profissional e gerar discussões sobre temas atuais e essenciais não só a quem vivencia o meio de RH, como a todos os profissionais brasileiros. Seja bem-vindo e contribua sempre com seus comentários, opiniões e sugestões!

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