As vantagens para os executivos

O que torna o trabalho compensador, estimulante, enriquecedor, além do salário?  Se levarmos em conta os níveis mais altos da empresa, bônus e opções de compra de ações também ajudam. Mas, por incrível que pareça, isso é apenas um pedaço, e nem tão grande, da satisfação. No dia a dia, o que entusiasma são fatores como autonomia, treinamento, respeito, boa comunicação. Fácil falar, difícil de fazer. Por isso a Great Place to Work selecionou, em parceria com a Época, algumas práticas encontradas nas campeãs do guia As 100 melhores empresas para trabalhar, elaborado pela própria consultoria:

Poucos degraus

É comum ter autonomia numa empresa pequena, mas, quando a companhia vai crescendo, a necessidade de padronização e eficiência acaba levando a uma burocracia que, se traz segurança, traz também lentidão. A solução da multinacional de produtos de higiene Kimberly-Clark, com mais de 3 mil funcionários, foi estabelecer apenas cinco graus de hierarquia, incluindo a presidência e a diretoria. Com essa estrutura, as chefias ficam mais disponíveis e não é preciso subir uma escadaria para chegar a quem manda.

Mulheres flexíveis

Quatro décadas após a invasão feminina no mercado de trabalho, as empresas ainda têm dificuldade de reter mulheres. A SAS, multinacional americana especializada em softwares e análises para a tomada de decisões, aposta no horário flexível. Lá, cada um monta sua jornada de acordo com suas metas ou compromissos. O importante é entregar o trabalho com qualidade e no prazo. Embora as mais beneficiadas sejam mulheres com filhos, a política de horário flexível faz sentido para todo mundo.

Visão do horizonte

A Caterpillar e a Kimberly-Clark, segunda e terceira colocadas no ranking, têm fortes programas de formação, treinamento e desenvolvimento de líderes. Na Caterpillar, os funcionários discutem com seus superiores, todos os anos, não a próxima promoção, mas as três próximas – com movimentações laterais ou verticais. A receita parece dar certo. “Não há turnover espontâneo de líderes”, afirma Rita Truffi, gerente de RH. Na Kimberly-Clark, desde o ano passado está em vigor um programa específico para que os executivos desenvolvam os próprios planos de carreira.

Caminho para subir

No Laboratório Sabin de análises clínicas, todos os gestores das 67 unidades da empresa construíram carreira na empresa. Na primeira linha de gestão, só três dos 12 profissionais foram recrutados fora. A rede Accor segue a mesma linha, com o acréscimo de que a carreira pode ser feita no exterior – há 4.219 hotéis, em 90 países. Para facilitar, a empresa mantém um cadastro internacional online, com as vagas disponíveis. Em 2010, 23,5% das chefias receberam promoção.

Nada

Outra ótima prática para os executivos é a do Google: nada. “Não há nenhuma diferença aqui entre um executivo e os demais”, diz Felix Ximenes, diretor de comunicação e assuntos públicos. Mas é um nada que parece um tudo. Lá, todos têm internet e celular grátis e direito a viagens em classe executiva (cada um tem um orçamento próprio). Quer fazer coaching na Irlanda? Pode propor. Todos têm também autonomia para alcançar metas e resultados. Isso não significa liberdade sem compromisso – há checagens e conversas com gestores no caminho. O Google tenta aliar as vantagens do empreendedorismo (liberdade, flexibilidade, satisfação pessoal) com as da vida de funcionário (menos risco, menos dor de cabeça).

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